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Português
Por Administrador (Professor), em 2014/07/08581 leram | 0 comentários | 198 gostam
O programa da disciplina de Português inclui a abordagem de nomes sonantes da nossa Literatura Portuguesa, referindo as características de cada uma das épocas literárias.
Iniciamos o ano com a abordagem do “Sermão de Santo António aos Peixes” de Padre António Vieira. Este foi proferido na cidade de São Luís do Maranhão em 1654, na sequência de uma disputa com os colonos portugueses no Brasil e constitui um documento de surpreendente imaginação, habilidade oratória e poder satírico, que toma vários peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos vícios daqueles colonos. Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão pretende louvar algumas virtudes humanas e, principalmente, censurar com severidade os vícios dos colonos.
Depois de abordarmos o Barroco, partimos para a análise do Romantismo, com a leitura da obra “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett. Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, o da liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época. A personagem de Maria de Noronha, a filha adolescente perfeitamente inocente dos atos de seus pais, é a própria personificação da beleza e da pureza que pode ser engendrada, mesmo por uma relação socialmente condenável.
O Realismo passou a ser analisado em pormenor, tal como a época o propicia, com a abordagem da obra “Os Maias” de Eça de Queirós. O romance veicula sobre o país uma perspetiva muito derrotista/muito pessimista. Tirando a natureza (o Tejo, Sintra, Santa Olávia…), é tudo uma «choldra ignóbil». Predomina uma visão de estrangeirado, de quem só valoriza as «civilizações superiores» – da França e Inglaterra, principalmente. Os políticos são mesquinhos, ignorantes ou corruptos (Gouvarinho, Sousa Neto…); os homens das Letras são boémios e dissolutos, retrógrados ou distantes da realidade concreta (Alencar, Ega…); os jornalistas boémios e venais (Palma…); os homens do desporto não conseguem organizar uma corrida de cavalos, pois não há hipódromo à altura, nem cavalos, nem cavaleiros, as pessoas não vestem como o evento exigia, são feias. Mais do que crítica de costumes, o romance mostra-nos um país – sobretudo Lisboa – que se dissolve, incapaz de se regenerar e que ainda hoje mantém características dessa época.
No final do ano letivo, analisou-se a poesia de Cesário Verde. Este pretende perceber o que se esconde na realidade, captando as impressões que as coisas lhe deixam e, por isso, perceciona o real minuciosamente, através dos sentidos e reflete essa mesma impressão que o exterior deixa no interior do sujeito poético. O real exterior é apreendido pelo mundo interior que o interpreta e recria com grande nitidez, numa atitude de captação de real pelos sentidos, com predominância dos dados da visão: a cor, a luz, o recorte e o movimento.
Para que os alunos se envolvessem na dinâmica da poesia, no último dia de aulas, declamaram, no Parque da Cidade, num ambiente bucólico, autores do séc. XX.
Para o ano, há mais autores que deixarão os alunos a pensar acerca do papel da Literatura no seu dia a dia…


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